Alma dolente

Choro profusamente e as lágrimas que

inundam os olhos traduzem a dor

que vem da alma.

Afundo-me no passado que seus beijos

me fizeram experimentar em um único momento.

Retorno ao dia em que conheci você e

não encontro mais o seu rosto,

apenas o esboço da imagem

que ficou na lembrança.

E a lembrança, com o tempo, apaga a essência

como um perfume que apenas

permaneceu no ar.

Sigo em passos incertos na certeza de

encontrar o meu caminho aquém do

horizonte que brevemente se dispersará.

Campos de girassóis preenchem o espaço

vazio da alma que habita o corpo

e o brilho do sol reflete-se em meus

olhos tristes e chorosos.

Sendo vago o dia que a madrugada

traz quando em você penso, reajo

sensivelmente a sua falta.

De todo um momento sublime apenas

restou a prova da ilusão perdida e

da mágoa que pontua o peito.

Passo agora a aceitar o fato de

que você partiu.

Partida feita, comparada à chegada

sutil e sem pressa de um dia no

passado outrora feliz.

Permaneço aqui, juntando fragmentos

nessas palavras soltas e apaixonadas.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 17/06/2009
Código do texto: T1653089
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