Alma dolente
Choro profusamente e as lágrimas que
inundam os olhos traduzem a dor
que vem da alma.
Afundo-me no passado que seus beijos
me fizeram experimentar em um único momento.
Retorno ao dia em que conheci você e
não encontro mais o seu rosto,
apenas o esboço da imagem
que ficou na lembrança.
E a lembrança, com o tempo, apaga a essência
como um perfume que apenas
permaneceu no ar.
Sigo em passos incertos na certeza de
encontrar o meu caminho aquém do
horizonte que brevemente se dispersará.
Campos de girassóis preenchem o espaço
vazio da alma que habita o corpo
e o brilho do sol reflete-se em meus
olhos tristes e chorosos.
Sendo vago o dia que a madrugada
traz quando em você penso, reajo
sensivelmente a sua falta.
De todo um momento sublime apenas
restou a prova da ilusão perdida e
da mágoa que pontua o peito.
Passo agora a aceitar o fato de
que você partiu.
Partida feita, comparada à chegada
sutil e sem pressa de um dia no
passado outrora feliz.
Permaneço aqui, juntando fragmentos
nessas palavras soltas e apaixonadas.