Amarga verdade...
Sandra M. Julio
Ouço-te no deambular da noite,
Quando a solidão desperta teu nome...
As estrelas, como por pirraça
Luzem o brilho do teu olhar.
E a saudade sangra minh’alma...
À deriva, navego por horizontes de espera,
Pressentido o sabor dos beijos que nunca me deste.
A esperança pousa sobre o silêncio,
Evocando amarrotadas palavras,
Náufragas em passadas épocas...
Nesta tresloucada carência,
Busco teu colo, no colo do tempo.
Nele, apenas encontro a inaudivel certeza
De que o sonho acabou,
Antes mesmo de ter nascido.
Em naus de fantasia,
Ainda singram meus sonhos...
Mas em ti... A saudade também sibila...
E vergas diante do açoite desta renúncia.
Em tuas mãos, as promessas se fazem flor,
Perfumando a amarga verdade ,
Com que vestes tuas lágrimas.
Sandra
21/02/06