NAVIOS AO MAR

Meu corpo sobre o seu,

a razão a ver navios,

navios sobre nossos corpos

como ondas

de um mar imprevisível.

A força dos nossos corpos

sustentando e embalando navios

como os dos tempos passados,

carregados de escravos.

Navios repletos de sentimentos,

de sensações, de circunstâncias,

de necessidades, de anseios,

de vaidades, de ignorâncias tantas.

Todos nos porões, acorrentados!

Os corpos senhores da imensidão,

indiferentes aos navios.

Ondas a prosseguirem alheias,

rumo ao abrigo do infinito.

E a razão acorrentada no convés...

E um maremoto precipita-se sobre os navios.

Os escravos naufragados morrem afogados.

Mas na fertilidade azul das águas,

renascem em seguida, todos alforriados!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 16/06/2009
Código do texto: T1651481
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