A ALMA QUE SANGRA

A tristeza me cega

e não vejo mais alegria na vida.

A tristeza me nega

o direito de ser feliz.

Deixei de estar

para ser um homem triste.

Estou perdido,

desiludido.

Estou perdendo a fé no amor

e sinto apenas a dor.

Sinto-me vagando num deserto.

Os pés descalços mal sentem o chão.

Em descompasso o coração bate,

em meio à lágrimas os olhos ardem.

O frio irritante não parece ser o bastante,

pra minha alma fria e distante.

Será que sinto prazer no papel de vítima?

Não se trata de uma fantasia.

Meus tormentos são reais,

e acontecem a minha revelia.

Preciso escrever pra não ficar louco,

pois nunca fui de gritar até ficar rouco.

Tornei-me um homem amargo e sem nexo.

Já nem ligo tanto para o sexo.

Logo eu que sempre tive alta libído,

hoje não sei mais a diferença entre o proibido,

e o permitido.

Meus olhos refletem o estado de meu ser.

Nos últimos dias fui agredido

por uma saraivada de palavras de rancor.

Não é que eu posso me isentar de toda a culpa,

mais ainda assim minha alma sangra feito carne crua.

Perco-me em devaneios angustiados.

Perco-me pela falta de bom senso.

Hoje sou um mar de carência,

um náufrago à deriva.

Mas não preciso de corpo, bocas, coxas e bundas,

preciso sim do toque de mãos suaves,

e o abraço confortável de quem gosta de mim.

Mas afinal, quem gosta de mim?

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 15/06/2009
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T1649841
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