FALÊNCIA



FALÊNCIA

Fecharei minhas portas
Pedirei falência
Entregue aos credores
Nefastos roedores

Ratos devoradores,
Parecem possuir
Sensíveis sensores
Cruéis destruidores

Talvez nem dê tempo
De fazer um inventário
E guardar os restos,
As sobras dentro do armário.

Minhas ilusões mortas
Tenho inúmeras carências
Perdidas carícias tecidas
Por teu toque de seda

Beijos jogados ao vento
Despetalados, frios
Nus, tremendo ao relento.
Solitários sedentos

Cruzados os braços
A espera de abraços
Jasmins murchos
Em jardins abandonados

Essências espalhadas
No ar que nos transporta
Tantas culpas, fracassos.
Que só o amor conforta

Perdas por medos
Prejuízos em segredo
Sem adições de valor
O saldo ficou negativo

Nessa imensa carência
Estou à beira da falência
Sorrio para mim mesma
No fundo, nesta incerteza,

Consigo ver a beleza
De viver na pobreza
Possuo todas as riquezas
O amor não pode ser-me tirado.

Possuo o sol, o mar.
Em seu eterno movimento
Sou apenas um ponto
No divino firmamento

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 13/06/2009
Código do texto: T1647785
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