Passarinho do amor!

Traga-me todas as notícias

Das terras tantas e longínquas;

Traga boas novas para mim

Das terras distantes e sem fim!

Lá mora minha mulher amada

Numa torre gigante, enclausurada;

Chegaste até onde ela está?

Diga-me, passarinho, já!

Viste aqueles olhos pretos pequeninos,

Aquele resplandecente sorriso,

Que, qual sol, reflete esplendor?

Viste, passarinho, viste o meu amor?

Não demore! Imploro-te! Conte-me

Se já viste tamanha e rara beleza,

Obra-prima tecida pela natureza

Que a rosa, ao vê-la, se esconde?

Esconde de vergonha e de inveja

Pois meu amor é mais flor e bela,

É vitória-régia em azulada lagoa,

Lírio do rio transmutado em pessoa!

Passarinho por que choras?

Não me diga que ela foi embora

Que morro agora, nesse instante!

Que ela não me ama como dantes...

Que tudo era apenas vento refrigerante!...

Passarinho está turva a minha mente

Passarinho não “avoa”!

O homem não morre só à bala...

Passarinho!... Passarinho!

Quem cala... Consente!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 12/06/2009
Código do texto: T1645867