Cobra-me o tempo...

Sandra M. Julio

Cobra-me o tempo, o tempo,

Em que minh'alma dormia...

Feto, sem afeto crescia.

Velada na luz de crepúsculos,

Em silêncios abandonados,

Arrolados... Magoados.

Do olhar fez-se o pranto

E do pranto o canto.

Sabei, portanto

Quanto, ainda embriagam-me

As quimeras do passado...

De um inverno desgastado

D’um luzir estilhaçado.

Órfã da luz nascente

De um sol dormente

Incoerente...

Num ontem, pouso a fronte

Em oliveiras de um horizonte,

Onde silenciosos passos

Ocupam majestosos espaços.

A claridade extinta e morta

Perde-se em verdade, não conforta.

E minh'alma... aborta.

Sandra

06/01/05

Sandra M Julio
Enviado por Sandra M Julio em 12/06/2009
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