Dia dos Namorados...
Mais um “Dia dos Namorados”
Se passa, em minha solidão...
Saudade dos dias em que o canto dos ventos
Era orquestra tocando uma única canção de amor:
“Dio, come ti amo...”
Remexo em velhas fotografias
E lembranças nostálgicas
De um tempo feliz
Volto a fruir...
Torno a ouvir o canto dos pássaros
E me lembro
De como te acordava com beijos
Nas manhãs de domingo...
Era tua mão na minha mão
“Uma” só mão...
Nossos passos eram cadenciados
E se aceleravam
Ou se acalmavam
No mesmo andar...
Sem nenhum falar...
Era um perfume de jasmins, suave,
Que impregnava nossas roupas,
Nossa pele,
Nossa Vida...
Eram sorrisos de almas transparentes,
No desabrochar do amor...
Éramos dois?... Ou apenas “um”?...
Não sei... Faz tanto tempo...
Depois, “veio um vento de desesperança,”*
Que, até hoje, parece sem explicação
E fomos cada um para um lado,
Separados,
Desde então...
Quantos desencontros...
Tu me procuravas,
Eu te procurava...
E um tênue véu
De um destino atroz
Sempre nos separava,
E nos desencontrava...
Penso que fomos “marionetes do destino...”
... Eu não queria ser um peso para ti,
Então mil desculpas!... Eu menti!...
E nos desencontros desta vida
Sempre fui a parte mais ferida...
(Penso eu... Não sei... Talvez...)
Fecho meu baú de lembranças.
Outros braços me querem
Mas eu não os quero.
Em vão tentei com outro alguém matar
O amor que eu sentia só, no meu chorar...
- Este erro nunca mais vou cometer!...
Mesmo que, para isto, eu jogue fora a vida!...
Afinal...
Há quanto tempo eu já não sei o que é viver?...
- Sobrevivo...
Graças às Máscaras que a Vida me ensinou
A colocar no rosto... A esconder
As lágrimas sentidas atrás de mil sorrisos
Pois não tenho o direito
De a outros próximos fazer sofrer...
Mais um “Dia dos Namorados”
Se passa em minha solidão...
- Quero esquecer...
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Nota da Autora: "Vento de desesperança" faz parte de um soneto que li há muito tempo - lembro o soneto, mas não o autor.