"Impedimentos não admito para a união
de dois  corações que se desejam
-amor não é amor
quando se altera ao perceber alteração
ou cede em desertar quando o outro é desertor.
Oh! Não, ele é um farol imóvel tempo a fora
que as tempestades olha
e nem sequer trepida.
É a estrela para as naus, cujo valor se ignora,
malgrado seja a sua altura conhecida.
O amor não é joguete em mãos do tempo, embora
face e lábios de rosa a curva foice abata;
não muda em dias, não termina em uma hora,
porém até o final das eras se estende.
Se isso for erro e o meu engano for provado,
jamais terei escrito e alguém tera amado."
            (Shakesperare - Soneto CXVI)





Ao meu amado:

Ainda que os dias se transformem em séculos,
ainda que minha existencia seja um breve aceno,
ainda que meu olhar não se "case" mais com o seu olhar - ainda assim, dentro de uma tristezalegre digo no meu silencio -Eu te amo. Eu te preciso.
E ao precisar assim deste seu sorriso
afago o sonho dos teus braços
e adormeço entre uma prece
de quem tece um rosario de pedras d'agua só para te trazer a paz de uma oração.
Do meu amor tens o melhor de mim
depositado em suas mãos
petalas de cheiro -bálasmo e alecrim
entrelaçados
naquele beijo primeiro - entre tímido e afoito  - meu tesouro maior -tuas lembranças...
Tuas lembranças guardadas.
 
                 Com amor, Luciah



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Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 12/06/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1645710
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