UM GRITO
Um poema leio:
e falo como falo aos deuses,
como é divino.
O vento em um
o vento é nenhum
que vago.
Ando frio
como as pedras na água
que não diz palavra alguma:
A profecia
sem sentido
os signos que dizemos
em ruídos confusos na penumbra.
Se penso,
como nos separam
o mundo
do ser.
Inclinado sobre o rio
vejo na água outro
em mim.
Eu penso no riso do rio
este é o destino do poeta
entre os lábios,
a luz em si cria
meus jardins em constelações.
Estava eu preso
Em seus braços
já era tempo.