Ontem encontrei com o amor
Ontem encontrei com o amor
Ontem dei de cara com o amor
Engraçado que quase trombei com ele
E nem assim ele olhou para mim
Continuou andando e sorrindo de mãos dadas
Como se o mundo não existisse
E nada em sua volta mais importasse
Assim, como se não houvesse mais amanhã
Fiquei tão curioso que fui andando atrás dele
Para poder reparar em cada um de seus movimentos
Pois ele balançava as mãos, brincava de dar beijos
Longos, estalados, precisos e imprecisos, além disso...
Abraços...calmos, calientes e enternecidos de uma leveza incomum
Que inocentemente o fazia enrubescer de paixão
E era nesse instante que ele olhava para dentro de si mesmo
Como se em sua alma existisse um outro, como se fosse dois em um
Não sei explicar muito bem isso
Só sei que ele era assim, olho no olho
Alma com alma, pele com pele
Tudo muito calmo, porém, tudo muito explícito e intenso
E em plena luz do dia, que até o Sol se pôs a espiar
Pois era um não sei tão assim naturalmente
Que exalava um perfume com essências de ternura
Que espalhava com doçura uma candura sem medidas
Tanto que até sobrou um pouquinho para mim
Por isso resolvi olhar mais de perto
E reparei que seus olhos sorriam
E que neste sorriso morava um brilho infinito
Foi quando não resisti e perguntei quantos anos ele tinha
Ele sabiamente respondeu
Não tenho idade, nem hora e nem dia
Portanto...nunca envelheço...
Apenas amo...
Dedico este poema a um casal de idosos que moram na cidade onde trabalho...
Se eu os conheço?
De vez em quando eles me vêem, me visitam, me dão trombadas no coração e na alma, mas não me sabem...rsrs