DO MAL OMISSO

Houve vezes em que não me amaram

E eu não sofri, com isso me distrai

Assim como não amei o que deveria

Deixei guardado e ninguém sabia

Que aos corações de pedra me rendi

Andei pensando sobre mim

De meu cínico amor

Dele frutos envenenados brotou

E brutos amores envenenou

Sim, eu mato sem sentir dor

Omisso mal que eu tenho

Ninguém me reconhece

E nunca deixo de ser eu

Quantas vezes o amor não me aconteceu

Por que o corpo certo não me veste

Sofrido fardo de existir

Eu conheço todos os lugares que piso

Não que eu tenha os mapas

Sou revestido de carapaças

Mesmo mentindo sei o que digo

Tenho omissões maltrapilhas

De direito autoral

Meu passado não vem comigo

Minto, omito sou sempre mendigo

Tenho vários padrões de moral

Toda lágrima é merecida

Quem chora um dia fez chorar

Todo acoite é pouco

Tenha-me como louco

Tenho um carrasco pra cada olhar

J Eduardo Valério

www.poesiaempauta.fst.br

http://domalomisso.blogspot.com/

J Eduardo Valério
Enviado por J Eduardo Valério em 11/06/2009
Reeditado em 13/06/2009
Código do texto: T1644251