DO MAL OMISSO
Houve vezes em que não me amaram
E eu não sofri, com isso me distrai
Assim como não amei o que deveria
Deixei guardado e ninguém sabia
Que aos corações de pedra me rendi
Andei pensando sobre mim
De meu cínico amor
Dele frutos envenenados brotou
E brutos amores envenenou
Sim, eu mato sem sentir dor
Omisso mal que eu tenho
Ninguém me reconhece
E nunca deixo de ser eu
Quantas vezes o amor não me aconteceu
Por que o corpo certo não me veste
Sofrido fardo de existir
Eu conheço todos os lugares que piso
Não que eu tenha os mapas
Sou revestido de carapaças
Mesmo mentindo sei o que digo
Tenho omissões maltrapilhas
De direito autoral
Meu passado não vem comigo
Minto, omito sou sempre mendigo
Tenho vários padrões de moral
Toda lágrima é merecida
Quem chora um dia fez chorar
Todo acoite é pouco
Tenha-me como louco
Tenho um carrasco pra cada olhar
J Eduardo Valério
www.poesiaempauta.fst.br
http://domalomisso.blogspot.com/