DOIS LOUCOS NUMA TEMPESTADE

No mar revolto a nau se perde.

Mas o magma destrói o mundo estável

criado pela sua própria Mãe.

E o Pai nunca nos fez nascer maduro.

Somos dois loucos passeando pela tempestade

e colhendo nosso destino.

Nossa nau se despedaça.

E dos seus restos resta-nos fazer um ninho,

uma jangada,

ou um moinho.

Privações em ilhas desertas

ou rios de carinhos:

Não sei mais para onde estamos indo...

A tempestade desperta

a necessidade de saber o caminho

sem mapa e sem seta.

Só um cadinho.

(p/ Deise)