À Doce Professora!
Do outro lado da aquática rua
Vive uma estrelinha que nasce na lua
E se põe nas alianças de saturno
De onde me traz um dia noturno
Ah! De que importam essas dores
Diz ela, se escolho não doer...
O que valem são os Amores
E o que menos tem valor é não viver...
Que sistemas significam a não ser o Solar?
Que obra será recomeçada se nunca acabar?
Que Mente descobrirá a verdade, se não for inquieta?
Até onde o chão nos levará se não for de bicicleta?
E se as panelas escolherem o que cozinharão
Quem se alimentará, nós, elas ou o fogão?
E se as velas se negarem aos ventos
Como tirar o barco da rota dos tormentos?
Não, Estrelinha transparente das montanhas
Que dizes beber das águas frescas da selva
Inadiavelmente nas do fim da noite entranhas
Os Índios é que te Amam porque da relva
Dos parques, entre cisnes e patos, nos ensinas
Deitada no banco baldio, que vale a pena Viver.