Óleo de linhaça

A rua vazia com canto do silêncio gritando

Nos nossos ouvidos só escutamos ventos

Mas, não são os ventos, é o vento. Que

Corre os corredores filhos dos prédios

gigantes, e se eu Arcadista, seria eu Dom Quixote

A rua é vazia por quê a lua é cheia, e corre

Teus ventos que fazem das ruas veias

E das pessoas, ilustres pessoas. Sós.

Por está só uma pessoa é ilustre? Não quero

Ser ilustre, quero chuva. Que caia quando

Estivermos voltando da padaria, que

Que eu não sinto frio, antônimo de amor...

Que além do teu cheiro de flor, tenho

Rosto molhado e tuas mãos, meu calor

É noite e alguém suspira sozinho

Alguém está só na poça que pisamos

no meio do caminho

Quando seco no fundo das poças

A terra que é pura poeira, vira pó

Eu o pulmão que o respira faz-se todo em nó

Vou eu contigo não sei como

Como não sei como antes tu eras só.

A rua várzea e eu deixando cair meus pedaços

Líquidos do amor fértil e verde

Se íamos, Íamo-nos com as mãos juntas

E os dedos da tua mão minha Eu que

Agora fiquei com dez dedos numa mão

E você nenhum, no mesmo momento

Que eu te dou todos e fico sem nenhum.

E se não existisse estradas? Ficaremos

Eu e tu pensando como os homens primitivos

Antes do fogo... Como ficavam a noite

Naquela escuridão, como eles se escondiam

Do Perigo... Que perigo? Eles dormiam...

Eu fico com o meu terror filosofia alma grande poesia

E vimos a cidade de cima, e Bauru e gostoso

Pela tuas mãos? E que nem o conhecia

Luzes amarelas das casas-janelas, só janelas

Há muitas coisas fúteis na vida meu amor

Há muitas coisas úteis,mas sem valor

Há mitos, há estórias, Zeugmas, elipses

Prosopopéia, e outros monstros deste tipo

Eu te amo e quanto tempo sustentaremos esta situação?

Até o final dos tempos? Ou contra os sinos do mesmo?

Os sinos apressados. Nossa tela resistirá

Eu assinei teu nome no sorriso que você me deu

E nas lições que você me prometeu, eu aprendi.

Eu abrace. E quando veio a água, eu perguntei

O que era óleo de linhaça... Eu dissolvi

Tua tristeza, então você disse rindo

Que óleo de linhaça é um solvente

Eu derrubei ele todo sobre tuas telas,

Desculpe, sou mais um menino apaixonado

Digo, desastrado...