Klepsydra (Calmaria do Mar)

Substância incorpórea!

Energia desconhecida!

Que se torna visível

Quando se ama

Quando se odeia

Quando se beija

Quando se briga

Que se enleva na eternidade

Desperta inveja nos mortais

Talvez você envelheça antes de mim

São Paulo corre como um foguete

São pacatas, serenas, klepsydra

Talvez eles tenham razão

Você nem se lembre de mim

Minha existência é como o corrimão

Da escada onde você se apóia todo dia

Mas nem percebe

Não me culpem

Ontem cai da bicicleta

Eu não levantei xingando a gravidade

E outro dia fiquei desempregado

Mas não culpei o colonialismo português

Então eu não vou jogar a culpa

Deste desencontro no amor

Antes vou sentar na pedra

Ouvir o som da calmaria do mar

E refletir...

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 10/06/2009
Código do texto: T1641909