Claro e pardo
Dia claro e pardo
Nas janelas do carro
Refletia os cachos louros
Cor de pinho
Um olhar pasmo
De olhos enferrujados
Atentos ao vento
Estendia-se a observar
Quão perdida sua realidade
Quão peregrina sua fantasia
Esta simpática face
Observando a Bahia.
Algo lhe incomodava
E fazia bradar
Como quero esta terra!
Nesta terra vou ficar!
Ao debruçar na janela
Sentiu um perfume que pairava pelo ar
Adocicado com o mel
Exercendo o papel
De lhe alucinar
Algo lhe incomodava
E fazia clamar!
Como quero esta essência
Em meu corpo desfrutar!
Que maravilha de lugar admirava,
Corações de pessoas a encantava
Mas algo lhe incomodava
E fazia vociferar
Seus olhos enferrujados
Refletiam outros olhos
A lhe incendiar.
Não possuía mais voz para falar
Não sabia que seu coração
Achara outra razão
E que nenhuma explicação
Podia esta saciar
Que maravilha de lugar
Num dia claro e pardo
Para se apaixonar.