Onde Estavas?
Onde estavas?
Por você reclamava e na verdade não entendia
o porque do seu atraso justo naquele dia.
Nosso horário combinado ficou comprometido.
Via-me isolado, como uma folha seca soprado pelo vento
e completamente perdido.
Onde estavas?
Sua boca, sua lingua venenosa e os seus cabelos escuros
que ficavam enroscados e amarrados
entre os meus dedos e seguros.
Onde estavas?
Não via, você não aparecia.
Lá eu estava junto com o início do noite
e sorriso irônicio do findar do dia.
Onde estavas?
Início da madrugrada e você que nada.
Ao alvorecer pássaros em revoada
fazendo aquela barulhada como de costume.
Por dentro ferve o meu sangue, contenho minhas lágrimas
e luto contra o ciúme.
Onde estavas?
Não sabia para quem perguntar.
Entre núvens escuras e carregadas, sumiu o sol abrasador
que deixou minhas roupas molhadas, apagando não só o pó
da rua, como também dispersando o perfume da flôr.
Juntei os meus cacos, torci os meus trapos
e voltei para o começo.
Fui enganado não tenho vergonha de falar,
mas a Deus eu agradeço.
O pior se eu fosse o enganador fazendo o papel de vencedor
como aquele que tinha beijado e crucificado
o filho de Nosso Senhor.