Perfume solidão
Sandra M. Julio
No silêncio que dilacera a calma, ouço do meu coração um grito.
É minha prece que transborda inaudíveis gemidos ...
Saudade...
No desassossego solitário da pálida noite, encontro-me em mim.
Meus lábios ainda pronunciam silenciosas palavras
buscando por seu amor.
Letras bailam intangíveis, suplicando regresso.
No absoluto e necessário silêncio abraço lembranças...
Bailam solitárias vivendo e revivendo passado.
Entrego-me a devaneios saudosos.
Perco-me em significados...
Emaranhada em desordenados sentimentos
que tecem minha história.
Cubro-me com o manto do sono.
Sigo sonho... Sigo noite...
Sigo só...
Sinto o açoite do silêncio... da distância....
Sufocada respiro a ausência, que emana o perfume
Solidão.
Sandra
30/03/04