O arfar insone da noite
Sandra M. Julio
O arfar insone da noite
Endossa em meus lábios confissões
Descompassadas... tremulas... impotentes...
Despidas do calor da tua presença,
Náufragas, na tua inclemente ausência...
No fluir manso do tempo,
Ouço o estilhaçar da saudade
Em ritos de nostalgia que ardem
entorpecidas lágrimas,
Na busca de certezas... na inquietude
dos sentimentos....
Ou quem sabe, na redenção de um regresso.
A felicidade brinca no tempo... e
na multiplicidade dos sonhos
que embalam o oceano da alegria
nas brancas espumas da ilusão.
Alforriando o sorriso dos anjos,
no desnudar de cada verso que espreguiça ternura,
Sussurrando nas entrelinhas o meu amor,
Mesmo no silêncio dos poemas que jamais escrevi...
Sandra
14/11/04