Na Intimidade dos Corações

Toque dos sentidos do corpo
sensibilizando
a intimidade da alma.
Saboreando a cada segundo,
degustando cada minuto,
sentindo toda satisfação possível.
Transformando
o presente em simples acessório,
enchendo-se
de agradáveis lembranças.
Relembrando os segredos
murmurados num leito 
guardado na memória. 
Desejando a presença
de companheira
que seja também amante.
Flexibilizando
o seu ego solitário,
abandonando o singular
para se unir em plural.
Criando, assim,
nova imagem,
de dois corpos
que se descobrem,
despertando
e saciando desejos.
O tato das mãos
que deslizam afetuosas
sobre as faces de um
e de outro.
Toque de lábios,
o mesclar dos calores,
a troca doativa
na interação de dois seres.
Uma onda elétrica faz de trilha 
o relevo da coluna vertebral.
O acasalar de sonhos
antes solitários
criando um único objetivo,
um ideal comum.

Confessado num namoro íntimo,
tingido de movimentos felinos.
Guardados do mundo,
num lugar que é só deles,
no privado espaço
dos seus corações,
onde agora a poesia 
é, antes de tudo, amante.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 08/06/2009
Reeditado em 08/06/2009
Código do texto: T1638143
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