FRENESI

Corpos nus,

Usando capuz

Em suas faces rosadas,

Suavam-se em delírios,

Em campos de lírios,

Sob o perfume da flor.

Amavam-se como nunca,

Sonhavam como poucos

Em seus desejos mais loucos

Num frenesi

De fantasias e alucinações.

E ao findar o sonho,

Viram-se numa cama tão limpa,

Com as almas em lama

Brilhando nas chamas

De uma louca paixão.

E o branco lençol de cetim,

Que se fosse por mim

Ali não estaria,

Registrava,

Com gotas de prazer,

A loucura de se ter

O corpo de alguém.