NAVEGANTES DO NADA
Se navegamos em sonhos,
somos presas fáceis da torrente,
tropeçamos nas vaidades,
somos frutos sem sementes.
Se navegamos sem rumo certo,
somos impelidos à margem,
mantemos a nau desgovernada,
mas não prescindimos da coragem.
Se navegamos em círculos,
somos navegantes ermos,
vencemos etapas a tapa,
e toda força que temos.
Se navegamos eretos e frios,
somos passageiros e condutores,
conduzimos a nau sem timão,
por fim somos vagos perdedores.
Se navegamos à mercê,
somos impávidos e solenes,
temos a corda da forca,
porém os sonhos são perenes.
2.003