ALGUMA COISA MUITO PARTICULAR
NALDOVELHO
Era uma vez um quarto e dentro dele uma música
a jorrar das paredes, do teto, das janelas e da porta.
Era suave e dominava todo o ambiente,
embalava a cama e encharcava o lençol,
e ao jogar no chão as cobertas, girava e fazia girar.
Era uma vez uma mulher que dançava cigana,
e que brotava como música nos seus braços,
nos seus olhos, do seu peito, de todo o seu ser.
Derramava feito água a se espalhar pela quarto,
e ao tomar conta do meu corpo e me trazia muito prazer.
E a música a tocar cada vez mais forte,
e a mulher a brotar cada vez mais suave,
que até o relógio, assim inibido, parou,
sufocado pela música, do tempo se libertou.
Era uma vez um domingo e você em meus sentidos,
e os olhos presos ao relógio... Inventaram outro!
que fica marcando o tempo, mas na hora certa se cala,
para que as águas jorrem de novo.
Era uma vez um momento, agora é um outro.
Era uma vez um ontem, agora é o hoje.
E eu continuo a girar com a mesma música,
a beber da mesma fonte e a espera de reencontrar
alguma coisa muito particular.
NALDOVELHO
Era uma vez um quarto e dentro dele uma música
a jorrar das paredes, do teto, das janelas e da porta.
Era suave e dominava todo o ambiente,
embalava a cama e encharcava o lençol,
e ao jogar no chão as cobertas, girava e fazia girar.
Era uma vez uma mulher que dançava cigana,
e que brotava como música nos seus braços,
nos seus olhos, do seu peito, de todo o seu ser.
Derramava feito água a se espalhar pela quarto,
e ao tomar conta do meu corpo e me trazia muito prazer.
E a música a tocar cada vez mais forte,
e a mulher a brotar cada vez mais suave,
que até o relógio, assim inibido, parou,
sufocado pela música, do tempo se libertou.
Era uma vez um domingo e você em meus sentidos,
e os olhos presos ao relógio... Inventaram outro!
que fica marcando o tempo, mas na hora certa se cala,
para que as águas jorrem de novo.
Era uma vez um momento, agora é um outro.
Era uma vez um ontem, agora é o hoje.
E eu continuo a girar com a mesma música,
a beber da mesma fonte e a espera de reencontrar
alguma coisa muito particular.