Refugio-me...

Para Aída:

Refugio-me na floresta, invoco as Camenas,

Peço-lhe auxilio, nenhuma aparece,

Estão a rir-se das minhas penas,

E do louco amor que por ti me acontece.

As aves passam sobre mim às vintenas,

Voam tão juntas que até o sol escurece,

Mas não se preocupam, voam serenas,

E todo o bando, de mim escarnece.

Ao verem-me cá em baixo, sentado e sozinho,

Pesam talvez que me perdi no caminho,

Mas enganam-se, sei bem onde estou!

Aqui posso gritar e entregar aos céus,

Coração, mente e vontade, pois todos são réus,

Deste amor que tão profundo me dominou!

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 05/06/2009
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T1633706
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