Refugio-me...
Para Aída:
Refugio-me na floresta, invoco as Camenas,
Peço-lhe auxilio, nenhuma aparece,
Estão a rir-se das minhas penas,
E do louco amor que por ti me acontece.
As aves passam sobre mim às vintenas,
Voam tão juntas que até o sol escurece,
Mas não se preocupam, voam serenas,
E todo o bando, de mim escarnece.
Ao verem-me cá em baixo, sentado e sozinho,
Pesam talvez que me perdi no caminho,
Mas enganam-se, sei bem onde estou!
Aqui posso gritar e entregar aos céus,
Coração, mente e vontade, pois todos são réus,
Deste amor que tão profundo me dominou!