QUANDO ME ENTREGO (Retrô)
Quando me entrego a voce, sinto-me extasiado;
Como uma folha verde a vagar pelo universo;
Como o mergulho dentre nuvens, de um sonho alado;
Como o poema que não cabe num único verso!
Tal como um biltre que se adorna de virtudes;
Como a jusante que retorna feliz aos braços do alto mar;
Como a inesperada chuva, que na estiagem, enche os açudes;
Sinto-me pleno, quando a voce decido me entregar!
Mais primaveril que a própria estação das flores;
Eu absorvo os ares molhados que hidratam meus pulmões;
Nessa entrega, onde o calor de seus braços dissipa gélidos dissabores;
Sou o espetáculo mais feliz das quatro estações!
Sou o bom presságio acasalado à ventura;
A chave que me liberta das grades que me impus;
Quando doado aos seus beijos, sou a fome cercada de fartura;
Tornando isótopos nossos átomos, mutuamente fazendo-se jus!
Eu passo a ser completo, à proporção em que me reparto;
E me torno o ínfimo iníquo, que todas as redenções passa a receber;
Graças ao genuíno nascer, que se dá nesse autêntico parto;
Eu sou o mais feliz dos renascidos, quando me entrego a voce!!