QUANDO ME ENTREGO (Retrô)

Quando me entrego a voce, sinto-me extasiado;

Como uma folha verde a vagar pelo universo;

Como o mergulho dentre nuvens, de um sonho alado;

Como o poema que não cabe num único verso!

Tal como um biltre que se adorna de virtudes;

Como a jusante que retorna feliz aos braços do alto mar;

Como a inesperada chuva, que na estiagem, enche os açudes;

Sinto-me pleno, quando a voce decido me entregar!

Mais primaveril que a própria estação das flores;

Eu absorvo os ares molhados que hidratam meus pulmões;

Nessa entrega, onde o calor de seus braços dissipa gélidos dissabores;

Sou o espetáculo mais feliz das quatro estações!

Sou o bom presságio acasalado à ventura;

A chave que me liberta das grades que me impus;

Quando doado aos seus beijos, sou a fome cercada de fartura;

Tornando isótopos nossos átomos, mutuamente fazendo-se jus!

Eu passo a ser completo, à proporção em que me reparto;

E me torno o ínfimo iníquo, que todas as redenções passa a receber;

Graças ao genuíno nascer, que se dá nesse autêntico parto;

Eu sou o mais feliz dos renascidos, quando me entrego a voce!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/06/2009
Código do texto: T1633403
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.