TRANSCENDÊNCIA
Tenho por arma abrigar-me nos sonhos
ao não suportar o fechar das portas,
ao me espancarem os feitos medonhos
que lançam meu resto em veredas tortas.
Para defesa me amparo em quimeras
e abrando em sopros a fúria das feras;
torno viável o viver enfadonho,
cuido que o infame se renda tristonho.
Recrio, faço vivas rosas mortas
nas canções lindas que rindo componho
e oferto ao amor que algures me espera.
Sempre que em mim o devaneio aporta,
construo o futuro em rasgos risonhos.
Ah, nos meus sonhos o sublime impera!