Carícias em Festa
Após seduzir e adentrar teu corpo
Entre um sorriso e outro,
Pouco a pouco burilar e deixá-la nua
Entregue, inteira... Sob escondida lua,
No abandono, no breu da noite escura,
Sendo minha sem qualquer frescura
No frio causticante de ventos uivantes
Fomos nós muito mais que meros amantes
Meus dedos passeando e penetrando
Aos poucos descobrindo e controlando
Pelas fendas de tua gruta astuta
A fêmea, a etérea, eterna permuta
Sem sentir remorso ou culpa,
Deliciando-me até a última gota, sem desculpa.
Gotejando o sumo, a saliva escorrida
Da calda tão doce sobre a minha diva
No ritual dos desejos e beijos
Sabor de enlevos tão sobejos,
Na incontrolável e vadia volúpia
Avermelhando a alva pele, mordida
Entrelaçando e roçando os pêlos
Os meus e teus juntos aos apelos,
Feito bichos de tão tensos pelo vício,
A repetir os gritos, fogos de artifício
De buscar teus adornados orifícios,
Ser só de amor nossos ofícios
Derrapando nas tuas curvas
O encontro de nossos corpos, turvas,
Encaixando-se e a alma elevando,
Bem devagar as faces se aproximando
E estacionando acoplado em teus lábios
Na sede de sentir teus versos sábios
Que salivam insaciáveis pelas bocas
Na insanidade do momento que tocas
A música na qual nos afogas de tão rouca
Foi assim o desenrolar de nossa festa louca!
Dueto: Nice Aranha & Hildebrando Menezes