Carícias em Festa

Após seduzir e adentrar teu corpo

Entre um sorriso e outro,

Pouco a pouco burilar e deixá-la nua

Entregue, inteira... Sob escondida lua,

No abandono, no breu da noite escura,

Sendo minha sem qualquer frescura

No frio causticante de ventos uivantes

Fomos nós muito mais que meros amantes

Meus dedos passeando e penetrando

Aos poucos descobrindo e controlando

Pelas fendas de tua gruta astuta

A fêmea, a etérea, eterna permuta

Sem sentir remorso ou culpa,

Deliciando-me até a última gota, sem desculpa.

Gotejando o sumo, a saliva escorrida

Da calda tão doce sobre a minha diva

No ritual dos desejos e beijos

Sabor de enlevos tão sobejos,

Na incontrolável e vadia volúpia

Avermelhando a alva pele, mordida

Entrelaçando e roçando os pêlos

Os meus e teus juntos aos apelos,

Feito bichos de tão tensos pelo vício,

A repetir os gritos, fogos de artifício

De buscar teus adornados orifícios,

Ser só de amor nossos ofícios

Derrapando nas tuas curvas

O encontro de nossos corpos, turvas,

Encaixando-se e a alma elevando,

Bem devagar as faces se aproximando

E estacionando acoplado em teus lábios

Na sede de sentir teus versos sábios

Que salivam insaciáveis pelas bocas

Na insanidade do momento que tocas

A música na qual nos afogas de tão rouca

Foi assim o desenrolar de nossa festa louca!

Dueto: Nice Aranha & Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 04/06/2009
Código do texto: T1632485