Brumas noturnas
Sempre que o Sol cai, a buscar sua casa
a tarde derrama na minha face um rubro quente,
e é a tua cor que a me luzir, somente,
torna minha mente em um ardor de brasas
Ai, meu amor, quando assim te verso
no desbotar de tantas madrugadas
só minha dor que me mantém calada,
pensando em ti, perdido, no universo
Que és, no céu, como uma luz dourada
a refletir meu coração aberto
a refulgir no espaço, o brilho certo
constelações a explodir no nada!
O meu odor se prende a essas cartas
mas seu olor perdeu-se no meu corpo
E o vento que há te carregado em um sopro
não retornou para buscar tua amada
Então aguardo, meu calvário eterno,
nas tuas lembranças vivo enclausurada
e a minha alma segue maculada,
enfeitiçada num cinzento inverno
E hoje não mais posso me encontrar,
que em um mundo inteiro só me achei
nesse teu rosto, que eu nunca toquei
nesses teus lábios, que eu não vou beijar