Brumas noturnas

Sempre que o Sol cai, a buscar sua casa

a tarde derrama na minha face um rubro quente,

e é a tua cor que a me luzir, somente,

torna minha mente em um ardor de brasas

Ai, meu amor, quando assim te verso

no desbotar de tantas madrugadas

só minha dor que me mantém calada,

pensando em ti, perdido, no universo

Que és, no céu, como uma luz dourada

a refletir meu coração aberto

a refulgir no espaço, o brilho certo

constelações a explodir no nada!

O meu odor se prende a essas cartas

mas seu olor perdeu-se no meu corpo

E o vento que há te carregado em um sopro

não retornou para buscar tua amada

Então aguardo, meu calvário eterno,

nas tuas lembranças vivo enclausurada

e a minha alma segue maculada,

enfeitiçada num cinzento inverno

E hoje não mais posso me encontrar,

que em um mundo inteiro só me achei

nesse teu rosto, que eu nunca toquei

nesses teus lábios, que eu não vou beijar

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 02/06/2009
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