QUERIA
Condensar o mundo
E até o Universo
Numa pequena bola de luz
Que quando a abrisses
Se transformasse num doce verso
Onde as palavras
Andariam felizes
De mãos dadas umas às outras
Numa paz Universal
Onde a língua seria a mesma
Num sentimento fundamental
No qual o amor
Era o único verbo
Usado para corrigir a falta de tempo
Para as unir num só corpo
E emprestar-lhes assim o crucial fundamento
Da razão principal só o ser de facto
Quando estivessem juntas
Perante a imensidão
Que se apresenta todos os dias
Com tão diferentes cores
Que numa só as torna tão puras
E quando tal acontece
Quando elas assim me saem da boca
Em direcção ao teu coração
Sabes por fim que sempre te achei a mais bela
Na minha via-sacra agnóstica
A conduzir à mesma Janela
De onde te observo
Não deixo de observar
Na louca impossibilidade de deixar de te amar
Nesse demente berro
Que nunca me sai da boca no seu total esplendor
Som que não tem eco
A não ser na sua carpida dor
Na agonia
Da impotência sensorial,
Eu apenas
Queria…
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