A DOR NÃO MENTE
Alma ferida, tua dor não mente!
Entre mil fantasias restou-te a realidade
Abraçando o sonho da mentira escolheste
Viver em devaneio a tua única verdade
O castelo em que vivias caiu sem piedade
Vinda chuva em noite fria devolveu- te a sanidade
Sozinha, no chão da vida, por socorro tu gritavas
Porém, foste tu e tu apenas quem te ajudaste!
Onde estavam eles? Teu meio e tua terça parte?
Esperando com certeza que tu tão somente te acordasse!
Oh alma ferida, esta tua dor não mente!
Amaste o sonho de fazer do sonho a realidade...
Bem sabes, oh querida da dor que sentes!
Consciente, apega-te pois à sobriedade
Dores rasgaram-lhe o peito, abriram-lhe as feridas
No encontro do sou com o seria, aprendeste a enxergar-te!
Tu que eras sonhos, porém que aos poucos te encontraste
Buscando em teus cacos e restolhos algo que em ti se completasse
Desse mosaico multicores, conclusões enfim tiraste
Então tua alma ganhou valores, que nunca, jamais pensaste!
O que és tu? Ou, quem és tu?
Que ao entrar, sai-te com liberdade...
Oh alma ferida, tua dor não mente!
É amor que amaste em sonho mas que morreu com a realidade!
Sim, ilusões pereceram, foram-se com o vento!
O que ficou fui eu... de ti em mim metade!
Se meio, não te quero e nem a terça parte
Do amor doente estou liberto!