Reflexões: saudade e ausência...
Há momentos em que o calar impera...
Por ironias do destino
Ou para evitar mal-entendidos,
Ou para não sofrer pelas quimeras...
Há momentos em que falar mais atrapalha
Do que um olhar nos olhos de soslaio
E até mesmo um fazer que não se vê...
Busca-se a palavra certa, mas ela foge,
Escapa-nos a verve... E a poesia...
E só nos resta um olhar com simpatia...
E nada mais dizer...
-Por quê?
- Não me perguntes...
Não quero mais sofrer...
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Termina o espetáculo da dança
Dos olhares que se buscam e se encontram...
Há apenas um longo silêncio...
- E que ruído estrondoso este faz!...
Rompeu-se o colar de pérolas
E não as quero ajuntar...
Tenho saudades de mim...
Teu silêncio me torna intolerante.
Sofrida. Inquieta amante...
Tua indecisão inoperante
Atingiu-me... Como um “tapa de luva de pelica...”
Cobri-me de vergonha por tua indiferença...
Sofri.
Vou procurar outras praias em meu mar.
Estou por demais machucada. (Vou chorar...)
- Mas não te esqueço nem nunca te esqueci
Para tormento meu e minha aflição...
Acumulo mágoas de saudade sem sabor
Onde deveria estar acontecendo amor...
- Por que teu silêncio e indiferença?...
Ficas feliz a me ver sempre a chorar?...
Eu não choro em tua frente! (Mas tu sabes que eu choro...)
Tu me esqueces, não me procuras, e eu demoro
A compreender o porquê do teu comportamento.
Eras antes mais feliz?... Não parecia...
Ressurgiu este amor... Renunciaria
Se assim te fizesse mais feliz...
Repenso... Volto atrás... Humildemente
Junto as pérolas: elas são lágrimas sentidas
Espalhadas pelo chão!...
E tu estás longe... Nem percebes as feridas
Que teu amor deixou em mim...
Sorris?...
Espero que sim.
Sejas feliz, meu amor!... Sejas feliz!
Saber-ter feliz é meu consolo.
- As dores todas que venham para mim!...
Se fores feliz, todo o meu pranto
Não terá sido derramado em vão!...
Quero que estejas feliz, mesmo à distância...
- Prefiro ver-te assim...