Quanto engano

Quanto engano da vida que me fora triste e

do amor que se partira em mil pedaços.

Quanto engano nas lágrimas que por você

derramei, nos suspiros que do peito brotaram.

Quanto engano no coração despedaçado,

na palavra mal interpretada, na dor que se

oferece a mim por inteiro.

Quanto engano em meus tristes olhos,

na alegria que desperdicei,

no amor que a você entreguei.

Quanto engano nas letras que a você

escrevi, nos poemas que dediquei,

nas noites insones, nos dias vazios.

Quanto engano na angústia adormecida,

na ferida não cicatrizada, na realidade

não vivida.

Quanto engano de dar tanto afeto

e sentimento, mergulhar na liberdade

do seu sorriso, na esperança do amor

que não tenho.

Quanto engano por saber-me só no mundo,

com a alma fragilizada e o coração

apaixonado e sofrido.

Quanto engano em querer ter você e

não poder, sentir e não reagir,

viver e morrer.

Quanto engano em tudo o que com

você não vivi, nos momentos em que longe

estive, e no beijo de um breve momento.

Quanto engano por saber simplesmente

que você dentro de mim ainda existe.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 27/05/2009
Código do texto: T1617802
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