Quanto engano
Quanto engano da vida que me fora triste e
do amor que se partira em mil pedaços.
Quanto engano nas lágrimas que por você
derramei, nos suspiros que do peito brotaram.
Quanto engano no coração despedaçado,
na palavra mal interpretada, na dor que se
oferece a mim por inteiro.
Quanto engano em meus tristes olhos,
na alegria que desperdicei,
no amor que a você entreguei.
Quanto engano nas letras que a você
escrevi, nos poemas que dediquei,
nas noites insones, nos dias vazios.
Quanto engano na angústia adormecida,
na ferida não cicatrizada, na realidade
não vivida.
Quanto engano de dar tanto afeto
e sentimento, mergulhar na liberdade
do seu sorriso, na esperança do amor
que não tenho.
Quanto engano por saber-me só no mundo,
com a alma fragilizada e o coração
apaixonado e sofrido.
Quanto engano em querer ter você e
não poder, sentir e não reagir,
viver e morrer.
Quanto engano em tudo o que com
você não vivi, nos momentos em que longe
estive, e no beijo de um breve momento.
Quanto engano por saber simplesmente
que você dentro de mim ainda existe.