NO PALCO DA VIDA   



NO PALCO DA VIDA
...
Contigo aprendi a contracenar em momentos
sublimes, a falar de amores passageiros, divinos
sentimentos em nós - artistas deste palco de
ilusões, criado em nome do amor!
Você divina luz, interpretava as personagens com
charme - ria, chorava, beijava, abraçava as
fantasias do script, eu pobre farsante a cada cena,
em devaneios, loucamente te amava mais e mais...
E, você nunca desejou o meu amor!
Luzes da ribalta, cenários, coxias, bastidores...
ali no canto do palco, eu era  somente uma
simples sombra, mero farsante a dividir
contigo as glórias da vida que não era vida - eram
apenas ilusões, meras fantasias...
A cada final - aplausos, aplausos - alegria!

                            *   *    *

NO TEATRO
Fui ator, você atriz, numa peça definida.
Pelo acaso e por um triz; e nessa ribalta
fingida, a gente conseguiu ser feliz.
Mas, numa cena banal, a comédia acabou!
Eis que no ato final, nenhum aplauso surgiu,
quando o pano baixou...
Mais este singular script - O Amor,
O interpletou com muita arte,
e você minha flor,
sublimou a sua parte...
Tanto foi assim, que a dor, com ajuda da minha
poesia nunca teve embate.

                            *    *    *
NOS  BASTIDORES...                         
 
Meu olhar submergido, tempos em mim. 
Tempos: Fatais lembranças, onde 
presos estão os pensamentos. 


Considero. Pelo amadurecimento,
idéias libertinas, capitulo X de cenas 
da minha vida. Contracenando ao lado
de tantos, vivenciando horas de deslumbramentos.


Viajando em cores, em brilhos de roteiros mágicos!
Cortinas do meu palco se abrindo diante de mim. 
Muitos, poucos anúncios, do que seriam as minhas 
melhores atuações, nas historias que me propus a 
interpretar!

  Um romance de encantos. Dramas, meus dramas
  que consistiam, espontaneamente no que eu era
  no instante, de narrador imaginável e hipnotizador.
  Paixão inventada historia figurada, romântica!

  Muitas vezes, herói ferido! 
  Tantas e tantas outras vezes, 
  artista de ilusões apenas!...
  Desfilando modas, momentos de glamour na passarela
  e, indiferente lá estava eu, vivendo das vaidades!


Quando em quando, em profunda rotina. Eu sentia, 
já era o momento do show terminar! Não ousaria, 
viver de rotinas, de fugas, buscando em distrações
na irremediável alienação, o que meu espírito 
aventureiro, gritava dentro de mim, os desejos 
de aventuras!


Sim! Muitas vezes, foi necessário fechar as cortinas do 
palco, antes do show terminar. Ansiedade, a vontade de 
viver outros personagens, não me permitiam
continuar a contracenar ilusões. 
Grandes capítulos de clímax, de trechos de novelas cuja personagem, nem sempre tinha um final feliz.

   Fatalmente, histórias se repetem!
   Mas, o que, mais que tudo, os dilemas, as cenas 
   repetidas, sem receber sequer, um aperto de mãos, 
   um abraço de admiração! Lá estava eu, 
   o anti-social, dando vida a minha arte.
   Pouco me importava os assédios. Eu queria mesmo 
   era permanecer em solidão!

   Seria eu ator falido?
   Seria eu, apenas um iniciante nos palcos?
   Aprendiz de diretor ou de escritor? 
    
   Sem aplausos no final do ato!
   Talvez, eu não quisesse fama! 
   Talvez, eu quisesse estar 
   apenas com a minha arte!

   O espetáculo então, posto que último fosse: Ah! Sim!
   Agora sim! Finalmente seriam reconhecidas
   as minhas artes. Sem me importar
   então, finalmente eu receberia os aplausos, que 
   há tanto, me neguei em receber!
 

 ** ROBERT SHELDON - SOPHYA LAURENC **
      
               Petrópolis  26-05-2009


Robert Sheldon
Enviado por Robert Sheldon em 27/05/2009
Reeditado em 03/05/2011
Código do texto: T1616845
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