A Mulher e o Mar


Tendo ao fundo o som harmônico
da voz grave do turbilhão marítimo.
Quem sabe a imagem de uma praia deserta,
com as ondas banhando o corpo de bela sereia...
Observando as carícias das águas
a tocar a epiderme,
de onde emanam encanto e magia.

Prostrado ante o ser feminil,
novamente a tudo dominando,
recebendo como dádiva
a brisa que lhe ondula os cabelos.
O imenso oceano parece pequeno,
transforma-se em acessório.
A presença feminina a tudo sobrepuja.
O observador masculino está enfeitiçado,
como que presa cercada por ardil predador.
Quisesse fugir, não conseguiria.
É essencial sentir
a expressão sensorial daquele momento.
Aguça a audição tentando ouvir os segredos
que a madrugada murmura às estrelas.
Quer perguntar às areias
a sensação de ser leito de corpo
que transmite tamanho desejo.
Quer questionar ao mar
qual o sabor que sente
ao tocar aquela delicada pele.
Quer que a lua apareça por inteiro
e lhe confesse os mistérios
que abrigam a sedução feminina.
O observador se transforma em sonhador,
recriando-se de fora para dentro,
iniciando uma viagem interior.
Lá não basta ver as estrelas
sem visitá-las,
lá não é suficiente ver bela musa
e deixar de tocá-la.
E, assim, se veste agora de viril amante,
realiza suas fantasias,
descobrindo os mistérios das paixões.
Aprende a intensidade
das sensações e dos sentidos,
desvendando, assim,
as forças abrigadas em seu corpo,
descobre os impulsos ocultos na alma.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/05/2009
Reeditado em 05/02/2010
Código do texto: T1616494
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.