Milonga da Ilusão
Esta velha guitarra
Eu faço de andor
Pra levar esta milonga
Ao meu amor
Tem o canto da cigarra
E o vôo do beija-flor
Traz o cheiro das parras
E do vinho o sabor
Já vejo os seus olhos
Em um mar de mágoas
Queimando nos abrolhos
Com a alma em frágua
Destino dos perdidos
Por louca paixão
Que perdem o rumo
Seguindo a ilusão
E depois que anoitece
Quando chega a friagem
Descobrem que a miragem
Não protege ou aquece
E tais conchas vazias
Derivando ao largo
Sentem as vidas frias
De sabor amargo
Sem o canto das cigarras
E a Milonga que não voa
Sem o alento da guitarra
Sofrendo à toa
Mas se a alma é boa
Aprende e regenera
A guitarra espera
E a milonga perdoa...
( Folclore Gaúcho, Brasileiro e Latinohermano )