Cai à noite em meio ao nevoeiro...
Cai à noite...
Pequenos passarinhos
Silenciam, não há mais cantar...
Sonhos voláteis percorrem as distâncias
E, muito de manso, chegam à janela,
Do teu quarto... Longe!... Como longe estás!...
Beijam-te ao vento! A noite enternecida
Por saber que vêm os sonhos de tão longe
Apenas para ver-te... E se atormentar...
Teu rosto repousa em branco travesseiro...
Meus sonhos te alcançam: vento, nevoeiro,
Nada mais de ti, me irá mais afastar!...
Mas a tua janela... Possui um vidro denso
E está fechada!! Barreira enfeitiçada
Por uma fada má que te quer sempre tenso...
Meus sonhos querem, dar-te amor, ternura,
Querem ser descanso, levar-te à tua amada...
Mas são surpreendidos perante a armadura...
A fada é muito má!... Ela não tem amor!
Mas tem a tua alma em si aprisionada...
E meus sonhos todos se desfazem ante a dor...
E aqui estou, enquanto a noite cai...
Rola minha lágrima e fica congelada,
Enquanto ela gargalha porque vencendo vai...
- Até quando ela te fará seu prisioneiro?...
- Teu amor e meu amor... Não farão nada?!...
...E ela está vencendo em denso nevoeiro...
- Deste teu torpor, precisas acordar!!...
- Levanta-te, meu Príncipe! Sou a tua fada
Que veio para o mundo... Para por ti lutar!
- Deixa-me desmanchar o feitiço
Com a força do meu amor:
Tu me darás um sonho
E eu viverei pra te amar!...