A chama de vela tremula ...

A chama de vela tremula bruxuleante...

O mais leve vento a pode apagar...

Consome-se, entretanto, para alumiar

Teu caminho de amor, ó caminhante...

É um pequeno fogo, mas a luz que dá,

Ilumina-te o rosto, mesmo que se consuma

Devagarzinho... A luz em meio à bruma

Consome-se feliz, pois ao teu lado está...

...Apenas um toquinho... Dá pena de se ver!

Luta, estremece, mas não se quer morrer,

Pois o teu caminho quer iluminar...

- Pequena vela branca, que um dia foste linda,

Em teus estertores, lutas tu ainda

Por quem não te vê e nem quer se aproximar?...

- Entrega-te! Deixa de ser luz mortiça!...

- Não posso! Não seria feita de justiça

Se no último minuto o viesse a abandonar!...

Quero consumir-me neste amor inglório!

A cera é que se queima em meu envoltório...

No Nada que me espera... Eu Sempre o hei de amar!...

E sofrendo, já um toco de velinha... Luta!

E morre em oblação, valente, impoluta,

Jazendo como lágrima, no castiçal, a amar...

- E neste momento, eu luto pela vida,

Como aquela vela, na dor muito sentida,

Pois talvez nem vejas o quanto estou a lutar...

Talvez jamais percebas, da vida a minha oferta,

Nem a valorizes, nesta vida incerta...

- Mas serei feliz se morro por te amar...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 25/05/2009
Código do texto: T1614816
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.