TORMENTO

Olho para dentro de mim

A procura do meu "eu".

Não encontro nada...

Tento sentir emoções não consigo

Só encontro sombras a me atormentar, o escuro a me assustar.

Na alma uma névoa escura

Sombria a me derrubar.

Estou a vagar.

Em silêncio, me arrasto a procura do seu rastro.

Nada restou de bom...

Tento conter as lágrimas, ao ver a triste realidade

Nada restou...

Só pedaços...

Nada sou

Um ser sem rumo vagando a te procurar

Falta-me o ar.

Torno a engasgar.

Não consigo caminhar.

Onde está minha dignidade?

O meu "eu"?

E arrasada, vejo que se foi.

Até o mais miserável dos miseráveis consegue se juntar.

E eu?

Não sou digna de ser vivente?

Sou só sua dependente.

Sem rosto, sem alma, sem nada!

Enxugo as lágrimas.

Procuro escutar alguma coisa que me leve a algum lugar.

Mais nada me acrescenta nada.

Só me resta encarar minha triste sina

Enterrar-te no passado e conseguir forças para deixar de te amar

23/11/2008

Maria Marta Cardoso
Enviado por Maria Marta Cardoso em 24/05/2009
Reeditado em 07/01/2011
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