A GALÉ DO AMOR

A GALÉ DA SAUDADE

Jorge Linhaça

Fui condenado à galé da saudade

Remando mares sem ver meu destino

Somente n'alma é que te descortino

Quand'a lembrança meus sonhos invade

Sou prisioneiro do Marquês de Sade

Entre flagelos do meu desatino

Sinto-me homem, porém sou menino

Minh'alma treme envolta no hades

Mas há de chegar ao fim minha pena!

Quando me deres enfim alforria

Será esta dor sentida pequena

E tão alegre irei renascer

Que as mil mortes qu'em vid'eu morria

Entre teus lábios irei esquecer