Renascer

-Renascer-

Um dia enterrei minhas emoções com certeza de que seria feliz sozinho,matei minhas esperanças pra que eu nunca mais tivesse expectativas em encontrar outro alguém.No outro dia eu renasci como uma fênix,renasci das próprias cinzas.Então...Bebi o ódio,degustei da raiva,comi a vingança e ela não é fria como dizem,roubei o poder,controlei a ganância e a luxuria,Matei o amor a alegria e a dor.Servi a fome,afoguei a cede,escarrei a felicidade duas vezes,vomitei a bondade tantas vezes que perdi as contas,abriguei um monstro com denominação de coisa,expulsei um amigo chamado benevolência,comprei o materialismo e ingeri o individualismo,adotei o nada como religião,dancei com o mal,dormi com o terror,brinquei com o medo,tranquei a luz em uma caixa,sonhava com o pesadelo,queimei tudo,tudo mesmo.

No dia seguinte minha alma clamou mais uma vez.Tropecei e caí nos olhos de alguém,nadei tão fundo que limpei minha alma,tomei um bom banho naquelas águas claras como o céu,olhei pra cima e vi um céu de ouro,olhei pros lados e vi neve.Neve quente,pelo menos era essa a sensação.olhei para o fundo do lago e vi uma luz,tão forte que chegava a ofuscar,fui em frente e mergulhei na direção da luz,fui tão fundo que acabei ficando cego.Cegueira boa,boa demais.Vomitei o ódio,raiva,vingança e individualismo,devolvi o poder a ganância e a luxuria,matei a fome e a cede,catei os restos de felicidade que tinha escarrado,comprei bondade e ganhei alegria de brinde,expulsei o monstro e corri atrás do meu amigo até ele voltar pra casa,vendi o materialismo,me converti no tudo de bom,o mal não sabia dançar então mudei de par,agora danço com o bem,o terror ronca alto deixei ele na cama e sai com a beleza,cresci e não brinco mais com o medo,abri a caixa pra luz sair,me engasguei com o pesadelo e então cuspi ele no lixo,apaguei as chamas e revivi o amor.

Hoje esse amor tem um nome,nome de gente,ele se chama Carol.

Autor:Daniel Sadésh