Eros és forte
As lágrimas que derramei,
Desceram tão fortes,
Como uma torrente,
Que inundou todo o meu ser,
Invadiram as ruas do prazer
Destruíram os rios da beleza,
Que enlameados e sujos,
Fugiram para o mar da incerteza,
E a poesia morta boiava,
Entre os sentimentos,
Revoltados que teimavam,
Em existir mesmo,
Quando eu queria desistir.
Como elos fortes difíceis
De serem fragmentados
Sobreviveram a enxurrada,
Aos vendavais, as tempestades,
Ao inverno com a geada,
Ao verão, com a seca desalmada
Se perpetuaram nos versos
Tortos desenhados nas linhas
Da vida que tenho vivido,
E contigo compartilhado
Alma minha, ao teu lado,
Viver, tem sido um prazer
Quisera renascer contigo grudado
A mim nos tempos vindouros
Quisera manter-te guardado
Como meu único tesouro
Ter-te todo gravado
Nas páginas do meu livro de ouro.