Um segmento
Hoje , pela manhã , lembrei...
Fazia um frio cortante pelos espaços que me
rodeavam e pensei em você.
A nostalgia de tantos momentos resumia-se
na amplitude de um segundo que
fora capaz de trazer-me de volta um só sentido.
No inverno dos meus sentimentos congelei
a sensação serena que a tudo relacionou.
Voltei ás páginas de um passado distante
tentando confirmar o presente para tentar
viver seguramente o futuro.
No obscuro fascínio de uma solicitude eu
neutralizei a corrente do pensar e
parei no meio do caminho que tracei.
Em relação a você refreei emoções ,
contive sorrisos , busquei lágrimas que
completassem em mim uma forma de
representação clara e concisa.
Parei no tempo, á procura de brinquedos,
sentindo-me uma criança órfã , um
animalzinho coagido pelas circunstâncias.
Tentei preencher as lacunas de uma vida
com as esperanças e fugas de um contorno.
Desenhei no azul do meu céu um vôo rasante
e enfeitei de cor de rosa como em um sonho de camuflagem.
Costurei os retalhos de uma sedução na
amarga facilidade de vários fragmentos de amor.
Fui feliz na inutilidade de sua felicidade frágil.
Descobri que um lado de você me era totalmente escuro e cai.
Flutuei nas ondas do saber , na futilidade que era
você sob a capa de um ser valente.
Descobri que você não extravasava forças e sim as sugava de mim.
Que você me era tão comum como as pedras
por onde pisam as pessoas que por elas passam.
Na infantilidade do meu gostar coloquei
resistências aos meus pontos neutros
e quando um resquício de vulnerabilidade
tomou conta de mim não consegui conter-me
Na atmosfera existente entre nós.
respirei mal , aspirei o seu perfume , embriaguei-me com
as suas palavras e percebi que você simplesmente
deixou de existir. E nesse momento cheguei á conclusão
de que valeu à pena.