Um segmento

Hoje , pela manhã , lembrei...

Fazia um frio cortante pelos espaços que me

rodeavam e pensei em você.

A nostalgia de tantos momentos resumia-se

na amplitude de um segundo que

fora capaz de trazer-me de volta um só sentido.

No inverno dos meus sentimentos congelei

a sensação serena que a tudo relacionou.

Voltei ás páginas de um passado distante

tentando confirmar o presente para tentar

viver seguramente o futuro.

No obscuro fascínio de uma solicitude eu

neutralizei a corrente do pensar e

parei no meio do caminho que tracei.

Em relação a você refreei emoções ,

contive sorrisos , busquei lágrimas que

completassem em mim uma forma de

representação clara e concisa.

Parei no tempo, á procura de brinquedos,

sentindo-me uma criança órfã , um

animalzinho coagido pelas circunstâncias.

Tentei preencher as lacunas de uma vida

com as esperanças e fugas de um contorno.

Desenhei no azul do meu céu um vôo rasante

e enfeitei de cor de rosa como em um sonho de camuflagem.

Costurei os retalhos de uma sedução na

amarga facilidade de vários fragmentos de amor.

Fui feliz na inutilidade de sua felicidade frágil.

Descobri que um lado de você me era totalmente escuro e cai.

Flutuei nas ondas do saber , na futilidade que era

você sob a capa de um ser valente.

Descobri que você não extravasava forças e sim as sugava de mim.

Que você me era tão comum como as pedras

por onde pisam as pessoas que por elas passam.

Na infantilidade do meu gostar coloquei

resistências aos meus pontos neutros

e quando um resquício de vulnerabilidade

tomou conta de mim não consegui conter-me

Na atmosfera existente entre nós.

respirei mal , aspirei o seu perfume , embriaguei-me com

as suas palavras e percebi que você simplesmente

deixou de existir. E nesse momento cheguei á conclusão

de que valeu à pena.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 21/05/2009
Código do texto: T1606352
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