Chegada
Chegada
Chegou de mansinho sem eu esperar, bem devagar...
Como um passarinho, pousando em seu ninho.
Pousou em meu coração...
Fez morada!Fez um ninho!Sem licença, sem permissão.
Devagar, sutilmente... Uma emoção foi crescendo,
Envolvendo, absorvendo...
Uma ânsia crescendo, vontade de amar, me entregar.
Delirar...
Chegou aos poucos, de mansinho, devagarzinho...
Sem licença, sem permissão. Com medo de tanta doçura...
Pois o amor é sutil, tem dessas loucuras...
Tentei apagar tão doce ardil.
Fugir de uma verdade
Que talvez fosse minha felicidade.
Fugi...
Inutilmente, devagarzinho troquei o sonho,
Por uma falsa realidade.
Hoje, sozinha em meu leito,
Remôo uma dor dentro do peito.
Alimento a solidão por não viver uma grande paixão!
Devagarzinho... Matei um sonho...
Construído em meu ninho!
Quanta solidão!
Pobre coração!
Você ainda é parte de minha ilusão!
Eula Vitória
Junho, 1990