O amor me chama
e completa-me,
na cama.

Irreverente
telepático
e transparente.

O gesto que não se esquiva
e o átomo reinventado,
é inflamado
pelas palavras puras
ditas em momentos à deriva.

Nunca está triste
se é amor verdadeiro.
Indecifrável
e certeiro...
vai rasgando as entranhas do meu coração.

Sempre intocável
se é amor impossível.
Silencioso, rápido
e rasteiro...
vai deixando mensagens a cada paixão.

O amor vem pelas frestas do brilho da lua,
sem reticências.
Nunca pára
nem recua...
vai em busca do olho no olho
do abismo do louco
do segredo do infinito
do sonho, do tudo, do nada ou do pouco...

Revela-se à luz do meu corpo
e percorre as dimensões
de todos os tempos...
Num segundo
vive ou morre...
ou inventa
o mais natural sentimento:
fagulhas, pedriscos e fragmentos.