O Regresso
 
Após os conflitos, os choque de palavras,
o ferir que não queria machucar,
as insensatas palavras, as tolas reclamações,
revigora-se o sonho, renasce das cinzas do amor.
 
Um regresso tão inesperado como aguardado,
pois nasceu como filho da saudade,
foi embalado nos braços da esperança.
Voltou para extinguir as dores indevidas.
 
Coração acomodado, quer o aconchego do amor.
Já não basta se ter, quer ir no além, no outro,
quer transformar afetos em calorosas carícias,
quer realizar parte dos sonhos que o visitam.
 
Reconhece, por isso, a necessidade do outro.
Sente a falta de uma parte essencial de si
e crê encontrá-la no colo da companheira.
Convida-a para ver o movimento do céu.
 
Toma de empréstimo o brilho de seu sorriso,
faz jóia preciosa com a luz do seu olhar,
retira todos os obstáculos das proximidades,
espanta o tempo e o espaço, flutua no céu.
 
Sente as batidas de seu coração,
ouve o som grave do pulsar do alheio.
Percebe que lhe falta certa clareza,
mas que ainda assim sabe o que quer.
 
Quer a presença tão desejada,
não abre mão de tê-la.
E, então, a porta se abre,
perfil de mulher, perfume, olhar...
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 18/05/2009
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