VOLÚPIA...
Chegas.
Entras devagar...
Abro-te a porta, cuidadosamente.
Fecho-a.
Os sinos fazem música
Porque tu és o meu amor para sempre...
Teus braços me abraçam com ternura...
Olhos nos olhos, buscas minha boca,
E o teu beijo é profano e é sagrado
Neste amor ao qual tanto esperamos...
Sou-te como cândido perfume,
Mas trago-te a lembrança do negado;
Sou Anjo. Mas também te sou Demônio
Na visão distorcida do pecado.
Mas não vê o mundo
Que, quando há Amor,
Em Amor, tudo Puro se transforma?...
Entrego-te meu corpo com minha alma
E meu coração te busca
Com volúpia de um corpo apaixonado
Que é mais do que a matéria,
É imortal!...
Nas chamas do amor ardente
Dançamos!... Nossos corpos quentes
Transformam-se em cinzas e renascem
No milagre da Fênix!...
E do calor, brota a Unidade...
E na umidade de onde brota a Vida
Amamo-nos deste sempre
Neste mistério que é o amor/eternidade...
Para nós não há distância nem saudade
Pois somos possibilidade
Neste Universo de Mundos Paralelos...
Teu corpo adentra o meu
E nos fundimos. Em anelos
E anseios e prazer
Dou-te tudo o que sou, fui e serei.
E quero viver
Este amor de completude assegurado,
Que não tem futuro nem passado:
É.
Somos...
Descansas a cabeça entre meus seios
E eu te entôo uma cantiga de ninar:
Dormes sereno, saciados teus anseios,
Nos braços daquela que te veio para amar.
Eu velarei teu sono e teus sonhos,
Pois somos um...
Desprende-te de medos preocupados
Pois no amor não existem mais pecados:
Estamos perdoados!...