O MOÇO E A MOÇA
O MOÇO E A MOÇA
O moço chegava perto
A moça se afastava
Queriam ambos um dedo de prosa
Um tantinho de conversa
Ele impressionado com a presteza e a delicadeza da moça
Ela impressionada com sua fala mansa
Com seu olhar doce
Sua voz suave
Suas mãos alvas
A tez do moço era alva
As bochechas eram rosadas
A timidez era visível
Aos poucos o moço falava
Falava que não gostava da cidade onde morava
Criticava o jeito do seu povo,
O maneirismos da sua terra...
O moço abriu seu coração
Falou do quanto admirava a terra da moça
Falou que era agnóstico
Falou que era músico
Falou dos sonhos de não morar mais na terra de origem
A moça quieta
Ouvia, ouvia, ouvia...
A moça só pode ouvir...
A moça precisava ir embora,
Ele também...
E no final desta história
Não houve beijo de amor,
Nem beijo de despedida,
Não houve reencontro,
Apenas ficaram na lembrança da moça e do moço
Um bom momento de prosa,
Um bom momento de conversa...
ANDRÉA ERMELIN
18 DE MAIO DE 2009
SALVADOR-BAHIA/ BRASIL