AMOR (A ARTE DE OUVIR A QUEM SE AMA)
A tua voz, às vezes,
parece me conduzir
para dentro de uma sinfonia
que nunca pude ouvir.
Diante de ti silencio
e aprendo,
apuro os ouvidos,
me encanto.
Da trivialidade do que falas,
extraio
a plena sabedoria
e me distraio
das traições do mundo.
Tu me alentas
e me alimentas de fé
nos detalhes da vida.
Ouço-te e entendo
o porquê de amar
alguém assim tão diferente
de quem esperei, um dia,
encontrar.
O amor é surpresa, sempre.
Inconformado, não cabe
na forma,
no esquadro,
no verso.
O amor é.
E é tudo!