À quem merece meu amor
Cansados olhos para uma janela com fundo azul
Num lamento blues, um instante de solidão
Vendo as nuvens desenhar o seu contorno
Em branco, como o branco desta delicada pele
Então ao navegar com os olhos pelo céu, desejo te ver
Te amar com a força dos ventos que sopram lá em cima
No alto destes montes de cume frio
Catar as coisas boas ao redor do universo, céu e inferno
Colocar dentro de um poema, e dar apenas para ti
Merecedora de todo inferno e céu,
de todas as palavras que um homem pode pronunciar
Fizeste das minhas noites, dias, das minhas lagrimas sorrisos
E o inverno não vai ser suficiente para esfriar um coração
Que foi cultivado durante todo verão, com calor de outro coração
Saliva e palavra, apenas alma e corpo
O que sinto é algo além disto; só você entende
É o vento que venta movendo as folhas secas no chão,
É um calor que esquenta as mãos quando se tocam,
É a boca tremendo, só por saber que outra a espera,
É este estando sobre aquele, e aquele sobre este
São Deuses, semi-deuses, ateus, pagãos e santos; aqui, amando uns aos outros